22 February 2006

Chás de Folhas & Ervas - Fitoterapia


"Se bem não faz, mal também não"

Esta frase comumente ouvida, não é verdade, pois chás tomados sem orientação podem causar danos ao organismo.


Como preparar o chá corretamente.

As ervas medicinais podem ser usadas de várias formas e uma delas é como chá tradicional.

Em regra geral precisa-se para cada 1 litro de água 4 colheres de sopa de folha seca ou 8 colheres de sopa de folhas verdes.

Jogue a erva seca ou frescana água fervendo e deixe cerca de ½ minuto a ferver em recipiente tampado. Só então apague o fogo. Deixe por alguns momentos para que a substância ativa se solte na água.

Prepare e guarde os chás em recipientes de vidro, porcelana ou barro.

Não utilize utensílios de alumínio.

Lembramos porém que outras partes das plantas podem ser utilizadas de outras formas (raiz, caule, folha e flor).

Café, Refrigerante ou Chá

As ervas podem ser usadas como substâncias para o mate, café, refrigerante ou chocolate, com o objetivo de diminuir os danos causados à saúde. Em geral o chá preto, o café e o chocolate são excitantes do sistema nervoso e digestivo. Os refrigerantes são bebidas com gás e portanto nocivos à saúde, já alguns chás medicinais funcionam com calmantes.

Recomendamos:

ERVA CIDREIRA - é calmante e digestivo;

ERVA DOCE - é calmante, digestivo e ajuda a eliminar os gases intestinais;

FOLHAS DE LIMOEIRO OU LARANJEIRA - ajuda na prevenção da anemia, gripe e mau hálito.

Saladas com ervas são uma delícia !!!

Outra forma bastante eficiente de usarmos as ervas, é comê-las cruas nas saladas.

Com criatividade e tempero elas ficarão uma delícia e enriquecerão a sua alimentação.

Aqui vão algumas sugestões: língua de vaca, salva, hortelã, dente de leão, salsa, cebolinha, aipo e agrião.

Não esqueça de lavá-las em água corrente e tratada.

Dicas

1.. Não misture as ervas na produção de um chá;

2.. Evite adoçar os chás com açúcar ou adoçante, pois estes interferem negativamente na ação da planta. Quando puder use mel.

3.. O chá deve ser ingerido quente ou morno.

4.. O chá de arruda, quando aplicado no couro cabeludo e fios de cabelo, ajuda a matar piolho. Para 1 litro de água coloque 2 colheres de sopa da erva.

5.. As plantas devem ser colhidas quando molhadas, no horário da madrugada.

6.. As ervas que perderem o odor característico não servem para fins terapéuticos.

7.. O confrei é rico em ferro, fósforo, zinco, cálcio e manganês. Ajuda no tratamento da diabetes, anemia e gastrite.

8.. A arnica é indicada para contusões e hematomas, porém se ingerida sem orientação médica torna-se tóxica ao organismo.

9.. Não cultive ervas próximo à rede de esgotos. Verifique a origem da água que regam as plantas. Se for de origem duvidosa não consuma !

10.. As ervas não são milagrosas. Em casos de doenças consulte um médico.

11.. Prepare o chá diariamente, pois este pode fermentar de um dia para outro.

12.. Não se deve tomar chá durante as refeições, devendo aguardar 1 hora depois para bebê-lo, pois este tomado durante as refeições diluem o suco gástrico, dificultando a digestão.

Algumas Folhas e Ervas estudadas.

AGRIÃO: É depurativo, expectorante e diurético.

ALECRIM: É boa para evitar os gases e auxiliar na digestão, atuando também como calmante.

ALFAVACA: Tem efeito febrífugo e é ótimo para cálculos e cólicas renais.

AMOR-PERFEITO: É depurativa e ajuda no tratamento de afecções cutâneas, podendo ser utilizado sob a forma de chás e compressas como reforço externo.

ANGÉLICA: Tonifica o estômago e é eficaz nas tosses crônicas.

BABOSA: É antiséptica e anti-inflamatória.

BOLDO DO CHILE: Sua ação maior é sobre a vesícula e o fígado, auxiliando também na digestão.

CALÊNDULA: É um excelente analgésico e antiespasmódico.

CAMOMILA: É calmante e digestiva.

CARQUEJA: É boa para o estômago, fígado, é vermífuga, e indicada para casos de diabetes, com uso moderado.

ERVA-DE-SANTA-MARIA: É um poderoso vermífugo, indicada também para as doenças do trato respiratório. Deve ser empregada com cautela, pois é tóxica se for utilizada em doses excessivas.

ESPINHEIRA-SANTA: Indicada para distúrbios estomacais.

LOURO: Boa para o estômago e gases, podendo ser ingerida na forma de chás e temperos.

CHÁS


Diz a lenda que, por volta de 2737 a.C., o imperador chinês Shen Nong, conhecido por suas iniciativas como cientista e patrono das artes, lançou a idéia de que beber água fervida seria uma medida higiênica. Durante uma viagem, deixou cair acidentalmente algumas folhas na água que estava a ser fervida. Ficou encantado com a mistura, bebeu e achou muito refrescante. O chá tinha sido criado!

Só depois de ser espalhado na Europa, essencialmente pela mão dos portugueses, o hábito de tomar chá (às cinco da tarde) foi introduzido na Inglaterra, também pela mão de uma portuguesa, Catarina de Bragança, filha de D. João IV de Portugal, que casou com Carlos II, da Inglaterra, em 1662. Entre seus dotes levou uma arca cheia de de chás da China, instituindo o seu consumo na corte. (AgBr)

Você sabe como preparar um chá?

Os métodos mais usados na manipulação das ervas são:

Infusão:
A planta é colocada em um recipiente de louça e despeja-se água em início de fervura. Em seguida, abafa-se e mantém em repouso por, no mínimo, 10 minutos. A mistura deve ser coada antes do uso. O abafamento é importante, principalmente quando se utilizam folhas e flores, assim evita-se a perda dos princípios ativos das plantas.

Decocção:
A erva ou planta deve ser colocada em um recipiente, de preferência de vidro, com água fria. Em seguida, com o recipiente semi-tampado, ferve-se por 10 a 15 minutos.

Quanto mais dura a parte da planta utilizada, maior o tempo de fervura. Recomenda-se deixar repousar por 10 minutos com o recipiente tampado, coando-se a mistura em seguida.

CHÁZINHOS:

Chá de folha de abacateiro - persea gratíssima - para os rins e bexiga.
Chá de canela - sinnamonun zeylanicum - para suadouro
Erva doce - pimpinella anisum L. - para dor de barriga
Folha de figo - ficus carica - para o fígado
Hortelã - mentha viridis L. - contra gases e vermífugo
Losna - arthemísia abisinthium - para dor de barriga e vesícula
Louro - laurus nobile L. - contra insônia
Cabelo de milho - Zea mays - diurético. Ajuda a arrebentar sarampo e catapora
Quebra pedra - phyllantos niruri L. - diurético, contra pedras nos rins e ácido úrico
Flor de ibisco - rosa cinensis L. - diurético e adstringente.
Boldo do chile - peumus boldus - estimula o fígado e vesícula
Camomila - matricaria chamomilla - digestivo e calmante
Capim-cidreira - cymbopogon citratus - calmante e digestivo
Erva-cidreira - melissa officinalis - sedativo, ajuda a dormir
Flor de laranjeira - citrus aurantium - calmante, ajuda a dormir
Folhas de maracujá - parsiflora edullis - calmante, diminui a ansiedade
Broto de goiabeira - psidium guajava - contra diarréia
Tanchagem - plantago major - adstringente, hemostática, bom para o aparelho digestivo
Chá de alho - alium sativus - contra vermes e, com mel, é ótimo contra gripes

ESPECIARIAS


Salsa
Podemos facilmente encontrar diferentes variedades de salsa consoante o tamanho e formato das folhas, bem como o aroma que libertam. Para além do excelente tempero que a salsa proporciona, também é uma erva benéfica para a saúde pois é rica em vitaminas e minerais. Nas aplicações culinárias, pode utilizar a folha de salsa misturada com saladas, maionese e molhos clássicos. Se cortar as mesmas folhas de uma forma mais fina, pode também utilizar a salsa para polvilhar sanduíches, pratos com ovos, sopas de hortaliças, peixes e batatas cozidas.

Orégãos
O orégão deve ser utilizado em receitas de saladas, em molhos de manteiga para pratos de peixe bem como em receitas de carne que levem pimentão e alho. Porém só deve adicionar os orégãos nos últimos minutos de cozedura pois apesar do seu forte aroma, este perde-se rapidamente quando sujeito à acção do calor. Também pode aplicar esta erva em pizzas e saladas de tomate, receitas de ovos e queijos.

Funcho
As sementes desta erva são um excelente tempero quando aplicadas em molhos, pratos de peixe, marisco e pão. Quanto aos seus rebentos, estes ficam muito bem em saladas de Inverno. Quanto ao bolbo desta erva, muito parecido com a cebola, pode ser combinado com pratos de peixe e mariscos devido ao seu sabor delicado a anis.

Tomilho

Podem encontrar-se diversa espécies de tomilho cada uma com a sua aplicação. Normalmente esta erva pode ser aplicada em clados, marinadas, recheios, molhos e sopas, embora de uma forma moderada, já que possui um cheiro muito intenso. A Companhia dos Petiscos recomenda a sua utilização em pratos que são cozinhados lentamente em vinho, como por exemplo em pratos de aves, mariscos e caça. Pode adicionar o Tomilho ao frango, peixe, hortaliças quentes bem como em saladas de frutos.

Manjericão
Esta erva tem uma aplicação quase universal podendo ser misturada com quase todas as receitas, sobretudo as que utilizam o tomate. Pode por exemplo utilizar as folhas frescas dp Manjericão nas saladas de tomate às rodelas. A Companhia dos Petiscos também recomenda a sua utilização em pratos de massas, marinadas, guisados, pratos de frango, recheios e molhos vários.

Sálvia
A Sálvia, ou Salva como também é conhecida, é uma erva aromática com um aroma bastante intenso tendo um aroma ainda mais forte consoante for mais seca. Pode utilizar este tempero em sopas de cebola, tomate assado, omoletas, manteiga de ervas e vinagre.

Louro
É talvez a erva aromática mais utilizada na gastronomia portuguesa. A sua utilização é recomendada em estufados, sopas e molhos diversos. Pode também adicionar-se a marinadas, caldos de peixe, recheios, caris e pratos de caça. A Companhia dos Petiscos também sugere a aplicação de uma folha de louro para aromatizar cremes de leite e ovos, bem em pudins de arroz.

Erva-doce
Vários Chefes de Cozinha consideram a Erva-doce essencial na arte de doçaria e panificação, podendo ser utilizada inteira ou esmagada em pães, bolos, tortas, molhos de maçã, cremes e pastéis. Pode também juntar-se às conservas, aos cremes com leite e ovos bem como às águas dos mariscos.

Hortelã A sua utilizção é muito variada podendo ser aplicada em quase todos os tipos de pratos. A Companhia dos Petiscos recomenda no entanto a sua utilização em chás, molhos e várias sobremesas sobretudo que utilizem o chocolate.

Estragão
É habitual a utilização da folha de Estragão nos molhos béarnaise, tártaro e holandês. Apesar do seu excelente sabor, deve no entanto utilizar esta erva com algum cuidado pois o seu aroma espalha-se rapidamente pelos outos ingredientes. Recomendamos que adicione pequenos pedaços de folha a recheios de pêra-abacate, maionese destinada a pratos de peixe, molhos vários de saladas, sopas ligeiras, tomates e pratos de ovos.

Cerefólio
Pode utilizar as folhas de Cerefólio em saladas, sopas, molhos, legumes, frango e pratos de peixe magro. No entanto dve apenas de ter o cuidado de juntar as folhas nos últimos momentos para não perderem rapidamente o seu sabor e aroma. Prefira sempre as folhas frescas ás folhas secas que são menos aromáticas.

Alecrim
A Companhia dos Petiscos recomenda a utilização desta erva para temperar por exemplo, marinadas de coelho, carne de porco e grelhados ao ar livre. Também serve para dar algum aroma à água de cozer o arroz ou as massas.

Cebolinho
Esta erva é considerada em termos gastronómicos como uma erva fina e clássica. Por isso mesmo a sua utilização é recomendada em pratos de queijo e de peixe. Deve ser adicionada apenas nos últimos instantes de preparação do prato já que um cozinhado demorado pode retirar-lhe todo o sabor. Pode também espalhar as flores do Cebolinho por cima de saladas o que dará um aspecto e sabor muito agradáveis.

Coentros
As folhas de Coentro são excelentes para temperar pratos de legumes, sopas, arroz (de marisco ou peixe), massas, molhos e biscoitos, assim como a saladas e aves. Quanto às suas sementes, possuem um sabor intenso que pode ser explorado em pratos de caril e tomate.

ERVAS MEDICINAIS


Todas as indicações são preventivas e agem como terapia de ajuda, sempre em casos de doenças graves tem que as ter o acompanhamento médico, mas na hora de dor de barriga é bom sabermos quais as nossas alternativas.
A Mãe Natureza proporciona ao homem uma infinidade de plantas com valores medicinais. A flora brasileira constitui uma fonte inesgotável de saúde e nossos ancestrais sempre souberam se aproveitar desta riqueza, pois o uso das plantas medicinais existe desde o início dos tempos.
No princípio existia apenas o conhecimento empírico. Hoje, porém, muitas pesquisas científicas comprovam as propriedades medicinais de várias plantas, comprovando (ou não) o uso popular destas plantas. É importante ressaltar que, ao contrário do que muitos imaginam, algumas plantas fazem mal à saúde e por isso não devemos fazer uso indiscriminado desta terapia. Sempre que possível, procure orientação de profissionais da área e não tome qualquer tipo de chá encontrado no mato, pois algumas espécies são muito parecidas e você pode usar uma espécie perigosa por engano.

Preparo:
Os chás podem ser preparados por infusão ou cocção:

- Infusão: Consiste em se despejar água fervente sobre a planta e depois abafar por uns 15 minutos. Este processo é utilizado para flores, folhas e também para ervas aromáticas, pois se as fervermos as essências poderão volatilizar (perder-se pela ação do calor), causando a perda de sabor e poder medicinal do chá.

- Cocção: Consiste em se cozinhar a planta. Este processo deve ser restrito a raízes, cascas e sementes e a fervura pode variar de 3 a 15 minutos.

Dosagem: A quantidade normalmente indicada é de 20 gramas de erva por litro de água ou uma colher de chá por xícara, mas esta dosagem pode variar dependendo da planta.

Posologia:

Pode-se tomar várias xícaras do chá por dia, de preferência longe das refeições, a não ser que o uso do chá seja exatamente para estimular funções digestivas.

Adoçantes:
Os chás geralmente não precisam ser adoçados. Em alguns casos, porém, pode-se usar o mel quando se quiser aproveitar suas propriedades medicinais (gripes, tosses, etc), mas só devemos adoçar depois de coado, quando o chá já estiver morno, nunca antes, pois o calor destrói o poder medicinal do mel.

Prazo de validade: Nunca use um chá mais de 24 horas depois de preparado, pois ele entra em processo de fermentação (mesmo mantido em geladeira). Prepare a quantidade suficiente para um dia apenas.

Tempo de uso: Recomenda-se não usar o mesmo chá por tempo prolongado, pois o nosso organismo responde cada vez menos ao tratamento. Use por um período de 30 dias e troque por outro tipo de chá, retomando o seu uso após
algum tempo.

Utensílios: Evite usar utensílios de metal para fazer os chás. Embora não o notemos, eles podem causar alterações no efeito e sabor do chá. O ideal é usar recipientes de vidro, barro, louça ou esmalte.

Outros usos:
Os chás, além de tomados, podem ser usados na forma de compressas, banhos, gargarejos, inalações e lavagens.

- Compressas: Compressas de chá quente aliviam dores inflamatórias e facilitam a resolução destas inflamações. Neste caso usam-se chás com propriedades antiinflamatórias.

- Banhos: São os banhos de imersão. A água deve estar
morna e o banho deve durar uns 20 minutos. O banho pode ser repetido três vezes por semana durante um mês. Após este período mudar a erva utilizada.

- Gargarejos:
São recomendados para atuar na cavidade bucal e na garganta.
Pode-se colocar sal de cozinha depois de coado, pois este é antiinflamatório e anti-séptico.

- Inalações: Específico para as vias respiratórias. Ferver o chá e colocar um funil de papelão invertido sobre o recipiente, inalando o vapor.

- Lavagens: Normalmente intestinais e vaginais (corrimento).